Onde está a intervenção
militar em Brumadinho?
FERNANDO BRITO, no TIJOLAÇO
Chama a atenção nas imagens onipresentes da cobertura da mídia sobre o desastre de Brumadinho o fato de quase não aparecerem mas atividades de resgate militares do Exército Brasileiro. Os helicópteros que vi trabalhando no resgate eram quase todos dos bombeiros e alguns aparentemente civis. A contrário a toda hora, vem-se falando dos 130 militares israelenses que voaram para apoiar as buscas. ||| No site do Exército, 72 horas após o rompimento da barragem, nenhum comunicado oficial sobre a mobilização, apenas 'links' para jornais que noticiam uma nota oficial divulgada sexta-feira que fala no emprego de um helicóptero Jaguar e diz que estão “na situação de “prontidão para emprego imediato” 930 militares. Muito, muito menos do que se empregou na intervenção em operações de segurança pública ou dos 3 mil que usou para cercar a comunidade da Mangueira, em 2017. ||| E não estamos falando numa área remota: o local do acidente fica a apenas 60 km de Belo Horizonte, que tem toda a infraestrutura para receber um deslocamento de tropas e equipamentos. Divulgada cinco horas depois do acidente, a nota falava que o helicóptero – e dois outros da FAB e da Marinha iriam pousar no aeroporto de Confins para também “dar apoio ao transporte do presidente da República, Jair Bolsonaro, na manhã do sábado (26)”. ||| A ação imediata, ainda mais onde o socorro, como acontece agora, pode ter de ser suspenso por riscos de novos rompimentos ou mesmo por mau tempo, é essencial. Já que se fala tanto em “intervenção militar”, seria uma oportuna ocasião de vermos isso acontecer em Brumadinho. Capacidade os militares têm. O que falta para o Exército(e a FAB)?
PS. Às 17 horas desse último domingo(27), dois helicópteros do Exército deram o ar da graça em Brumadinho. Um pousou na lama e depois decolou, o outro passou a grande altitude.
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