Em Davos, Bolsonaro
recua,
defende Flávio e volta
ao
centro do escândalo no Brasil
Presidente concede 'exclusiva' à Rede Record do bispo Macedo
FERNANDO BRITO, no TIJOLAÇO
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“Não é justo atingir o garoto, fazer o que estão
fazendo com ele, para tentar me atingir. O Brasil vai muito bem e nós não
recuaremos no nosso propósito de fazer o Brasil grande e o colocar no lugar de destaque
que ele merece. Ao meu filho, aquele abraço. Fé em Deus que tudo será
esclarecido, com toda certeza.”
A fala de Jair Bolsonaro, em mais uma entrevista “amestrada” a TV
Record, desfez tudo o que ele havia dito pela manhã à Bloomberg. Já não
é o “se errou, que pague”de antes: agora é, de novo, “o assunto é
comigo”. ||| Aceite-se,
portanto, a vontade do Presidente e tome-se tudo o que fizer “o garoto” – de
resto, à beira de completar 38 anos – como algo que atinja o pai. Inclusive
os negócios, as promiscuidade com as milícias envolvidas, como sugerem as
investigações policiais, com extorsão e assassinatos.
||| Não são
“terceiros”, aliados ou apoiadores do ex-capitão, mas o núcleo familiar que
ele colocou na política e de onde veio boa parte de sua sustentação
eleitoral, nos primeiros tempos de sua aventura. Fabrício Queiroz não era um ilustre desconhecido, nem figura afastada,
mas íntimo o suficiente para pegar-lhe R$ 40 mil emprestados, de boca e para
empregar a parentalha nos gabinetes bolsonarianos. |||
O comportamento errático de Jair Bolsonaro mostra que não há uma
estratégia de enfrentamento da crise provocada por este
escândalo. Das maracutaias de Fabrício Queiroz chegou-se aos
negócios imobiliários de Flávio e que o caudal vergonhoso recebeu o
afluente das milícias e de ex-PMs criminosos, que ganhavam o “bolsa-milícia”
em seu gabinete, já há mais do que simples suspeitas, há fatos.
||| “Fé em Deus” não resolve sem que haja confissão dos
pecados, que nenhum deles admite. Resta saber quem abençoava suas
trampolinagens. E se elas se enroscavam, por gosto ou conveniência, com as
atividades de criminosos. ||| O mais constrangedor,
porém, seja o presidente de um país afundado na miséria e na crise , mais do
que o compreensível defender o filho, dizer que “O Brasil vai muito
bem”.
PS: Na entrevista, Bolsonaro fala uma frase sensacional(e desconexa), reveladora do
que foi a sua fala em Davos: “Em poucos minutos, demos uma retrospetiva do
Brasil do futuro”.
Assista abaixo...
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