terça-feira, 29 de janeiro de 2019


Ministro confirma que militares
brasileiros foram excluídos
de ação em Brumadinho
FERNANDO BRITO, no TIJOLAÇO
Este blog  botou(AQUI) o dedo na ferida: por que não se via militares brasileiros atuando no resgate de pessoas – ainda que apenas corpos –  no desastre da barragem da Vale em Brumadinho?   |||   Pergunta que só depois ocorreu à imprensa fazer e o Estadão a fez ao Ministro da Defesa, general Fernando Azevedo e Silva, que respondeu candidamente que os “Militares não estão na linha de frente(AQUI) porque governo de MG não solicitou“.  Reproduzo, literalmente, o título pelo escândalo que representa.   |||   O governador de Minas teria pedido, disse ele, que os militares não entrassem porque “a área é restrita, sensível e que há pouco espaço para manobra”.  General, sinceramente, conte outra, por favor. Ainda que Zema, por absurdo que se admita, tenha dito isto, caberia ao senhor propor uma organização que permitisse ter o máximo de socorristas atuando, em especial nas primeiras horas, quando são maiores as chances de resgate com vida.   |||   O trecho atingido pela lama tem pelo menos 10 km de extensão e centenas de metros de largura. Não se tratava apenas de definir uma área para receber a ação militar para que não houvesse “bateção de cabeça”?  Um, dois, meia dúzia de pessoas ou de corpos resgatados para serem devolvidos às famílias já teria valido a pena.   |||   As Forças Armadas têm unidades de elite especializadas em socorro, a mais conhecida delas o Parasar, da FAB (para, de paraquedistas, e sar, de “search and rescue”, busca e salvamento, em inglês).   |||   É óbvio que governador nenhum iria recusar essas tropas, como não iria recusar simples soldados que ajudassem, no mínimo, a ajudar numa eventual necessidade de evacuar a cidade, como aconteceu ontem, no alarme de rompimento iminente de uma segunda barragem. O que a gente via eram ruas vazias, sem homens que orientassem as pessoas, acordadas no fim da madrugada, sobre para onde deveriam ir.   |||   Diante disso, não é nenhum delírio pensar que os militares brasileiros ficaram na retaguarda para dar destaque ao socorro de militares israelenses – muito bem vindos, é certo  – que certamente não foi o governador de Minas quem pediu, mas Jair Bolsonaro.  É inacreditável que os militares brasileiros sejam submetidos ao papel de “fantasmas-propaganda” de politicagem com Israel num desastre dessas dimensões.


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